Dia da Saudação

15-12-2008 00:46

Evocou-se no passado dia 21 de Novembro o Dia da Saudação. O Departamento de Expressões saudou este dia participando com uma INSTALAÇÃO (concebida pelo 11ºD) porque, como refere a professora Anabela Calado, a arte é cousa mentalle (Leonardo da Vinci).

Descrevendo a iniciativa, professora aproveitou para dar uma pequena explicação sobre aquele tipo de realização e o seu enquadramento no panorama artístico contemporâneo: "Para um melhor entendimento do que se está a passar no panorama artístico neste momento de contemporaneidade, recorda-se que a Instalação é um dos mais relevantes meios de expressão artística no panorama das artes nestas últimas décadas, constituindo-se mesmo uma das mais importantes tendência artísticas da actualidade.
Uma vez que na sua essência é experimental, não é possível “rotular” uma Instalação com nenhuma corrente artística, com nenhum dos muitos ismos que povoaram a Arte Moderna. A Instalação emerge da Arte Conceptual, uma vez que a intenção do artista ao produzir o seu trabalho é, em grande parte, a essência da própria obra.
A obra contemporânea é volátil, efémera; absorve e constrói o espaço a sua volta, ao mesmo tempo, que o desconstrói. A Instalação apropria-se desta desconstrução de espaços, de conceitos e ideias, para se afirmar enquanto obra de arte.
Enquanto poética artística, a Instalação permite o uso de suportes e de meios muito diversificados, tais como o recurso à multimédia. Por esta via: combinações de linguagens como vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual, enfatiza a espectacularidade e a interactividade com o público que se surpreende e se vê impelido a participar da obra de forma activa, e não meramente contemplativa. Para espanto seu, ele é uma componente da obra, sem o qual esta não existiria na sua totalidade. Esta participação é por vezes tão interventiva, que pode tornar-se incómoda e perturbadora para o espectador.

A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo, a experimentar sensações, faz da Instalação um espelho de nosso tempo.

É Tempo

Quanto à nossa Instalação denominada “É tempo ”, elaborada especialmente para comemorar este dia, foi concebida com dois elementos distintos: “o embrulho dos desafectos”, (referência aos artistas Christo e Jeanne-Claude, que em Junho de 1995, embrulharam o Parlamento alemão, obra que se tornou um dos eventos artísticos do século XX) e “a tribuna das mãos”, constituída por uma instalação de 2,40mX2,40cm, com: ripas de madeira, plásticos e tubos de revestimento. A completar surgem palavras previamente gravadas em som.
Pretende-se que o espectador entre neste labirinto e seja impelido a inquietar-se com a sua indiferença. Pretende-se provocar uma sensação de algo perdido, ou melhor de algo não aproveitado como se o inesperado possa jogar o tempo todo com a gente e que, por mais que tentemos calcular o futuro, não sabemos o que pode acontecer”.

Artistas referenciados para este trabalho: Christo e Jeanne-Claude, Lurdes de Castro, Roy Lichtenstein e Juan Munõz"

A professora aconselhou ainda, "a todos os interessados por estas coisas da cultura", a visita à exposição do escultor espanhol Juan Munõz, patente no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto.

Pelo significado e qualidade do trabalho, O Esfarol saúda e felicita os alunos e professores envolvidos na iniciativa.

LFC

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